Teremos single novo nesta semana e um álbum novinho em novembro deste ano! O McFLY está atualizando as suas redes sociais com algumas fotos e informando que amanhã, 27 de julho, teremos um anúncio especial! Mas temos uma matéria no jornal The Independent de uma conversa que a repórter teve com a banda via Zoom para já nos dar alguns spoilers.
McFLY: Tinha uma chance de nunca nos reunirmos novamente
… mas então eles foram para a terapia. E agora em seus trinta anos, eles conversaram com a Olivia Petter sobre saúde mental, sua ligação única e sobre trazer de volta a ‘banda indestrutível’.
McFLY já foi tão famoso que estrelaram em um filme de Hollywood com a Lindsay Lohan. ‘Sorte no Amor’, lançado em 2006, foi uma comédia romântica fofa sobre uma mulher que perde sua sorte para um empresário da música com muitas dificuldades depois de um encontro acidental. Teve mágica, mistério e no meio disso tudo tinha uma boyband britânica adolescente com sorrisos sinceros e cortes de cabelos horríveis.
“Foi o momento mais surreal de toda a nossa vida,” diz o vocalista principal e guitarrista Danny Jones, agora com 34 anos. A filmagem em si parece ridícula. “Eles espirraram algo em mim para parecer muito suado,” relembra o também vocalista principal, Tom Fletcher, 35 anos. “Mas não tinha contexto. Não tinha motivo para eu estar tão suado.” Mas ficou pior, diz o baterista Harry Judd, 34 anos. “Nós estávamos em uma das nossas piores épocas nesse filme,”
Ele ri. “Nós tivemos uma grande oportunidade de sermos uma grande banda na América, mas nós estávamos horríveis. Nós tínhamos mullets!”
Mullets ou não, McFLY já era uma grande banda no Reino Unido. Em 2005, eles tiveram duas músicas número 1 (“5 Colours in Her Hair” e “Obviously”) e se tornaram a banda mais jovem a estreiar com um álbum no topo das paradas, um título que antes era de The Beatles. Mais tarde naquele ano, eles ganharam o prêmio de “Melhor banda britânica” no Brit Awards.
E, enquanto eles nunca estouraram nos EUA, no lançamento do quinto álbum em 2010 eles venderam mais de 10 milhões de cópias no mundo todo. Como seus amigos Busted, McFLY eram pioneiros no pop-punk, alternando entre ritmos melódicos, temas juvenis e um pouco de charme.
A estética deles de “eu-saí-do-internato-para-tocar-minha-guitarra” – o cabelo alisado, as camisas xadrez e algumas costeletas inexplicáveis – os transformaram em galãs adolescentes.
Seria fácil classificar o McFly como somente outra boy band criada para ganhar dinheiro. Mas se isso fosse verdade, eles não estariam aqui, 16 anos depois do álbum de estreia, se preparando para o lançamento do novo álbum Young Dumb Thrills e falando comigo no Zoom.
“Sempre foi mais para nós do que só uma boy band,” diz Judd, ansioso por diferenciar o McFly de outros grupos da década de 2000. Esses, como ele menciona, abrangem “alguns caras bonitos que sabiam cantar” aos quais o topo das paradas se deve aos compositores com quem eles trabalharam. “Nós escrevemos as músicas, nós tocamos a música, tudo vem diretamente de nós,” ele adiciona. “Então tem mais investimento dos fãs em uma banda como a nossa.”
Apesar da fã base ainda dedicada deles, o McFly teve alguns momentos de testes. Em 2013, eles formaram o supergrupo com seus amigos, Busted. Juntos, com James Bourne e Matt Willis (o vocalista principal Charlie Simpson escolheu focar em sua carreira solo), eles foram o McBusted. A turnê em arenas dele foi um sucesso enorme, mas o álbum com título homônimo de estreia não se comparou com o sucesso do material da banda sozinha.
Então, em novembro de 2015, para a surpresa de todo mundo, Simpson confirmou que ele se reuniria novamente com o Busted, mesmo que ele tivesse dito que estar em uma banda era uma “tortura”. Consequentemente, Bourne e Willis confirmaram que o McBusted acabaria.
“Nenhum de nós jamais imaginou que isso aconteceria,” Fletcher diz sobre a reunião do Busted. “Nós nunca imaginamos que o Charlie voltaria. Nós ficamos muito felizes por eles.” Mas com o Busted remendado, o McFly desmoronou. “Nós não sabíamos o que estávamos fazendo e nós meio que caímos nesse hiato,” recorda Fletcher.
Não houveram argumentos dramáticos, mas a vida entrou no meio do caminho. Fletcher escreveu um livro, o baixista Dougie Poynter se mudou para Los Angeles, Judd e Jones ambos tiveram filhos. “Ver o Busted se reunir e fazer aquelas grandes turnês, nós ficamos tipo ‘Como isso aconteceu conosco?'” diz Fletcher. Por conta da grande amizade deles, eles se viam como uma “banda indestrutível”. “Então sermos os que não estavam em turnê ou falando um com o outro regularmente, foi como se estivéssemos vivendo nesse mundo paralelo,” Fletcher adiciona.
Essa amizade é evidente: a ligação entre os quatro membros da banda é elétrica e carinhosa. Ao longo da nossa conversa, eles brincam uns com os outros com a espontaneidade de quem se conhece há muitos anos. Como quando o Judd provoca o Jones por ser menos famoso que os outros – “como que era isso, cara?”. Cada um faz um papel diferente na dinâmica: Jones é o confiante, Judd é o piadista, Fletcher, o pensador. Já o Poynter, de 32 anos – que passou a maior parte do tempo olhando para a janela ou acariciando seu gato – eu acredito que ele seja o quieto.
Então é surpreendente ouvir que tão recentemente quanto um ano atrás, a reunião não parecia que aconteceria. “Foi uma possibilidade de que o McFly nunca aconteceria novamente,” Fletcher diz. Então eles foram para a terapia. “Foi bem interessante,” ele continua, “porque não é o que o terapeuta faz, ele só te dá um ambiente para que possam conversar.” E então eles fizeram isso. “Nós aprendemos a como balancear nossa amizade, a relação profissional e a relação criativa,” diz Jones. “É por isso que as bandas são tão especiais, porque você vai trabalhar com cada um deles, mas você precisa desafiar um ao outro. Tentar balancear tudo isso, eu acho que foi a coisa mais difícil que tivemos que aprender.”
Agora, quatro anós depois da separação do McBusted, McFly são os que estão voltando. Isso começou em setembro do ano passado com uma apresentação na O2 Arena de Londres. O show esgotou em minutos. Uma turnê em arenas foi anunciada junto com um novo álbum; mas ambos foram adiados devido à pandemia.
“Obviamente as coisas não aconteceram da forma que imaginávamos neste ano,” diz Judd. “Mas nós não queríamos que isso nos impedisse.” Fletcher adiciona: “Nós pensamos, nós não vamos deixar nada nos atrapalhar dessa vez. Nós não podemos mais esperar.”
E então eles também estão lançando mais tarde neste verão um sexto álbum, seu primeiro “material novo” em uma década, com o primeiro single “Happiness” saindo nesta quinta-feira. Tem a animação do antigo McFly, mas as letras são mais reflexivas. “Procurando por ajuda para a minha própria saúde mental,” canta Fletcher em uma música, “Tonight Is The Night”, que The Independent já ouviu.
Em 2014, ele falou sobre suas dificuldades com a depressão, escrevendo em uma carta aberta: “É como se ‘feliz’ não existisse. A tempestade se torna o seu novo normal.” Teria essa música a intenção de ajudar os fãs que passam por problemas similares? “Eu nunca penso sobre a mensagem que estou colocando dentro de uma música,” ele responde, evitando a pergunta. “Então é interessante ser capaz de voltar às letras e ver o que todos estávamos sentindo e passando.”
Judd interpõe. “Muitos tabus foram quebrados nos últimos anos,” ele explica. “Eu acho que sempre que qualquer um de nós falamos sobre saúde mental, é incrível o impacto que isso tem sobre os nossos fãs. Todos temos saúde mental, seja boa ou ruim, então eu acho que é uma coisa muito boa falar abertamente sobre, se você quiser.”
Um tema secundário nas novas músicas é crescer e continuar com os pés no chão, o que faz sentido visto que os quatro parceiros de banda eram adolescentes quando começaram a fazer música. Agora, todos eles, menos Poynter, têm filhos. “Muitas das novas músicas são sobre experiências que tivemos quando éramos mais novos,” Fletcher explica. “Como ‘Special’ [do álbum que está por vir], é como se você cantasse para si mesmo. Nós vivemos uma vida realmente única pelos últimos 17 anos. É uma responsabilidade meio estranha ser uma pessoa pública e ter pessoas que te acompanham e te admiram.”
Quando McFly começou, mídias sociais como conhecemos eram apenas um mero pontinho nos costumes culturais. A falta de smartphones, Instagram e Twitter permitiram à banda um grau de privacidade que eles não teriam hoje. “Eu acho que nós tivemos um nível de fama muito bom,” diz Fletcher. “A maioria das pessoas era muito bondosa com a gente. É uma experiência estranha, mas eu sinto que nós conseguimos sair do outro lado em uma boa forma.”
Não dá pra dizer que eles saíram levemente. Quando eu perguntei se eles podiam se lembrar de qualquer manchete do auge de sua fama, os quatro caem na gargalhada. “Algo sobre suas meias, Danny?” brinca Judd. Acontece que uma mulher com quem Jones dormiu vendeu uma história para a imprensa, alegando que ele permaneceu de meias durante o sexo.
“Mas sabe o que foi engraçado? Quando você me mostrou o artigo, eu não a reconheci,” confessa Jones. “Eu tinha 17 anos, eu não sabia sobre essas coisas nessa idade,” diz Jones. “O que, sobre tirar suas meias?” adiciona Judd. Jones responde: “É, eu não sabia que você tinha que fazer isso.”
Apesar de serem perseguidos pelos tablóides de vez em quando, os quatro companheiros de banda insistem que nunca foram “mega famosos”. Não como as bandas que vieram depois deles, pelo menos. O sucesso do McFly abriu o caminho para outras boybands, digamos “mega famosas”, que vieram depois, como One Direction? “Bem, essa seria uma boa frase, não seria, Olivia?” Provoca judd, fazendo aspas com as mãos antes de falar brincando, “Nós abrimos caminho para a One Direction.” Isso faz os outros três rirem.
Entretanto, não é uma sugestão tão estranha: McFly co-escreveu diversas músicas para a One Direction e abriram para eles como McBusted. Fletcher diz que Niall Horan era um fã. “Quando conhecemos Niall ele começou a cantar ‘Obviously’ para nós,” ele relembra. “Eu não sabia para onde olhar. A gente ficou tipo, ‘É, essa é a nossa música!’“
Eles podem não admitir serem pioneiros das boy bands britânicas contemporâneas, mas o laço que essa posição rara cria é claramente visto, até mesmo pela conversa via vídeo. “A banda é a coisa que nos une,” diz Fletcher, determinado. “Nós temos essa experiência compartilhada que ninguém mais tem.” Ele pausa. “É nossa, só nossa. E é realmente especial.”
O novo single do McFly, ‘Hapiness’ será lançado na quinta, 30 de julho. O álbum “Young Dumb Thrills” será lançado no dia 13 de novembro.